Saúde

Especial dia da mulher: entenda os efeitos do anticoncepcional na hipertrofia

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Escrito por GSN Suplementos

A pílula anticoncepcional surgiu na década de 60 e, desde então, seu uso é cada vez mais rotineiro entre as mulheres. Hoje em dia, ela serve não só como método contraceptivo, mas também para diminuir os sintomas de ovário policístico, a oleosidade e acne na pele e a irregularidade do fluxo menstrual, apesar de não tratar nenhuma dessas questões. Muitas vezes, esse uso é feito sem levar em consideração os efeitos do anticoncepcional.

Já não é segredo para ninguém que a pílula traz com ela diversos efeitos negativos, principalmente se usada por longos períodos (que é o que acontece muito na atualidade, com meninas iniciando o uso por volta dos 15 anos).

Mas, talvez você ainda não saiba que o anticoncepcional pode ter efeitos sobre o ganho de massa muscular, atrapalhando a hipertrofia. A seguir, trazemos uma explicação de quais são esses efeitos e outras consequências negativas desse medicamento.

Funcionamento do anticoncepcional

Para começar, vamos entender como a pílula age no nosso organismo para depois entender os seus efeitos. Os anticoncepcionais são contraceptivos combinados por dois principais hormônios sintéticos: o etinilestradiol e drospirenona. Eles imitam os hormônios naturais estrogênio e progesterona, respectivamente, que são os envolvidos no ciclo menstrual e na ovulação.

A pílula combinada tenta “enganar” o organismo feminino para que ele não produza aqueles hormônios, de forma que impede a ovulação e, consequentemente, a possibilidade de engravidar. Além disso, ela altera o muco cervical (presente na “entrada do útero”), criando um ambiente hostil para os espermatozoides.

A ovulação ocorre devido a uma alternância na concentração de hormônios sexuais no corpo. O uso diário do anticoncepcional mantém um nível constante hormonal, impedindo que outros hormônios sejam liberados.

Anticoncepcional e hipertrofia 

Diminuição do estradiol

Como o anticoncepcional fornece hormônios sintéticos que “imitam” hormônios que já produzimos, o corpo entende que houve um aumento do hormônio circulante e, muitas vezes, diminui a sua própria produção.

Assim, o anticoncepcional pode inibir a produção natural de estradiol, um componente do estrogênio natural do corpo. O estradiol é fundamental no processo hipertrófico da mulher. Além disso, ele inibe a captação de glicose pelos tecidos, estimulando a lipólise (quebra de gordura corporal).

Diminuição da testosterona circulante

Os hormônios sexuais são transportados no nosso corpo de três diferentes maneiras:

  • ligados a uma proteína chamada albumina;
  • ligados a globulina ligadora dos hormônios sexuais (SBGH);
  • e livres, a parte que realmente age no corpo.

Os hormônios sintéticos presentes nos anticoncepcionais se ligam, em maior parte, à albumina, o que estimula a produção de SBGH. Esse aumento faz com que os outros hormônios produzidos pelo corpo se liguem mais à SBGH e reste uma menor parcela livre. 

A testosterona (também presente na mulher), que é o principal hormônio anabolizante, é afetada por esse processo. Há menos testosterona ativa circulante, podendo levar a uma dificuldade de ganho de massa muscular.

Outros efeitos do anticoncepcional

Baixa de testosterona

A baixa de testosterona causada pelo uso de anticoncepcional pode levar, ainda, a outros sintomas, como: maior tendência ao ganho de gordura corporal e retenção hídrica, diminuição da libido e aumento da fadiga e do cansaço mental e físico.

Mal-estar

Principalmente nos primeiros meses de uso do anticoncepcional, uma parte considerável das mulheres relatam náusea e vômitos, dor de cabeça, aumento no tamanho e sensibilidade das mamas e mal-estar geral.

Interrupção da menstruação

O uso a longo prazo de pílulas anticoncepcionais pode levar a uma hipotrofia importante ou até mesmo atrofia do endométrio (parede interna do útero), levando a uma interrupção da menstruação.

Alterações de humor e depressão

A ingestão diária dos hormônios sintéticos presentes nos anticoncepcionais pode interferir na produção, pelo corpo, da vitamina B6, também chamada de piridoxona. Sua diminuição pode levar a quadros de humor triste e depressão, pois ela ajuda na liberação da serotonina.

Risco de trombose

O risco de trombose em mulheres saudáveis, relacionado ao uso isolado de pílulas anticoncepcionais, é pouco, porém alguns fatores podem elevar esse risco. Entre eles:

  • obesidade;
  • história familiar de trombofilia;
  • história anterior de evento trombótico;
  • ser fumante;
  • cirurgias;
  • entre outros.

Alternativas ao uso do anticoncepcional

Sabemos que o anticoncepcional se tornou habitual na vida de muitas mulheres, que podem ter dificuldade de abandoná-lo. Por isso, trazemos algumas dicas de alternativas ao seu uso.

Hábitos mais saudáveis

Como dissemos no início do texto, muitas vezes os anticoncepcionais são utilizados com o intuito de tratar outras questões não relacionadas com a anticoncepção. Porém, há alternativas de tratamento que não levam hormônios.

Grande parte das vezes a mudança de hábitos pode ser o necessário para a diminuição de problemas de pele ou auxílio no tratamento da Síndrome de Ovários Policísticos.

Outros métodos contraceptivos

Sempre é importante lembrar que o anticoncepcional é apenas um dos métodos contraceptivos disponíveis. Há diversos outros que trazem menos efeitos indesejáveis ou até mesmo nenhum. Entre eles podemos citar: camisinha masculina e feminina e o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre.

O caso da Síndrome de Ovários Policísticos

A síndrome de ovários policísticos (SOP) é uma doença endócrina, ou seja, está relacionada ao desequilíbrio hormonal que leva o corpo a produzir cistos, nesse caso, nos ovários. É caracterizada pelo aumento do volume do ovário, irregularidade na menstruação, queda de cabelos, oleosidade da pele, problemas de fertilidade, entre outros. 

Apesar de muitos acharem que a única forma de tratamento dos ovários policísticos é com uso de anticoncepcionais, existem alternativas propostas e utilizadas por diversos médicos da área.

A própria Sociedade Brasileira de Reprodução Humana propõe como medidas gerais ao ginecologista:

  • estímulo ao estilo de vida saudável;
  • estímulo à perda de peso;
  • indicar técnicas de relaxamento e diminuição de estresse;
  • recomendar ansiolíticos, se necessário;
  • aconselhar o uso de medidas cosméticas.

Os efeitos dos anticoncepcionais são diversos e podem afetar o organismo em vários pontos. É importante sempre estar atenta aos sinais do seu corpo e procurar um especialista na área para tirar dúvidas e descobrir o que é melhor para você.

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